segunda-feira, 7 de junho de 2010

A Globalização e a Cultura

Legenda : Cartaz do Optimus Alive 08 O que vos venho mostrar é um exemplo muito simples de globalização cultural, de fácil compreensão, e, em certo ponto, inegável. Vemos, como cabeça de cartaz, bandas e nomes de peso no panorama internacional, e com o apoio das massas portuguesas. Não ponho em questão a sua qualidade, pois, além de todos os gostos serem subjectivos, eu próprio me sinto regalado com este cartaz! Não há dúvida. Bob Dylan, Neil Young, Ben Harper.. Mas podemos dizer com tanta certeza quanto as provas dadas por estes artistas, que, obviamente, nenhum deles é português. E podemos ir mais longe : todos eles são estrelas de origem americana, exportadas para todo o mundo como um valor cultural. E é uma delícia ! Quanta gente podia dizer, há algumas décadas atrás, que vira os seus artistas favoritos, em Portugal, ou ter, pelo menos, os seus cds, as suas músicas no mp3 e posters dos mesmos ? Toda essa mundialização de fenómenos só é proveitosa à cultural do indíviduo. E nisto a globalização é imaculada. Mas, na verdade, o que temos visto ao longo dos anos ? Uma preferência abrupta e quase radical pelo que é americano, pela veia da arte capitalista, vastamente comercializada e publicitada, com público-alvo e intenção global. E no meio desta corrida desenfreada, que torna o "pop" num monopólio, vai-se perdendo o que o ajudou a edificar : a arte nacional e um tanto pacata, pouco revestida de intenção económica, e convergente com o nosso passado e a nossa situação. Arte ! Vai-se perdendo a identidade da expressão, para quem nela vê um modo de vida, e vai-se perdendo a cultura nacional ou regional, tão rica e autêntica. Não querendo impingir nada a ninguém, deixo-vos pensar nesta pergunta : Quem não gostaria de ouvir fado daqui a 30 anos, não nas velhas aparelhagens de vinil, mas nos pequenos bares de Lisboa ? Porque invariavelmente, tudo o que prezamos por ser nosso, irá eventualmente dar lugar a algo mais uniforme, menos genial por não ser inovador, e por isso, mais pobre. Aguardo Resposta. Paulo Oliveira

sábado, 5 de junho de 2010

Unificação das sociedades

A aclamada globalização é-nos apresentada como puramente boa, não o sendo. Mostrando apenas o lado bom. Não se interessando pelas consequências que dela provém.
Com o avançar dos tempos, as culturas foram avançando. Existe um património que herdaremos dos que nos antecederam e que tem de ser respeitado, honrado e perpetuado. Ao cimentarmos a união do nosso país com o resto do mundo, estamos a perder parte desse património.
Esta é, na minha opinião, a desvantagem fulcral do fenómeno que é a globalização. Se apostarmos numa unificação progressiva, sem hipotecar a cultura de cada país, poderemos atingir melhores resultados.
Outra das desvantagens da globalização é a tendência para a criação de conflitos. A aproximação de países como os Estados Unidos da América e o Irão e a consequente descoberta de aspectos negativos de cada um (leia-se, neste caso, questão nuclear) leva a que se crie uma tensão entre países, que poderá, infelizmente, num caso extremo, atingir propoções épicas, quem sabe até uma nova Guerra Mundial.
Como todas as questões políticas, há que apelar à moderação. Não devemos entrar por extremos, de modo a diminuir os efeitos das desvantagens acima apresentadas.

Vantagens da Globalização

A nível económico, a globalização provocou uma abertura dos mercados, o que permitiu aumentar a qualidade de vida dos países desenvolvidos.
Hoje em dia, o consumidor beneficia desta expansão do mercado, pois agora podemos contar com produtos importados mais baratos e de melhor qualidade.
Essa maior oferta ampliou também a disponibilidade de produtos nacionais com preços menores e com maior qualidade.
Uma das grandes vantagens da globalização prende-se com a própria criação de uma nova sociedade de informação. De fácil acesso e com conteúdos não apenas nacionais, esta nova sociedade em que estamos inseridos permite-nos obter informação nacional ou internacional em larga escala.

Ich bin ein... Ich bin ein... Ich bin?

"Ich bin ein Berliner", discursava gloriosamente John F. Kennedy, no dia 26 de Junho de 1963, em frente ao Muro de Berlim. Um reforço de moral, feito através de uma citação marcante. Anos mais tarde o Muro de Berlim estava a ser demolido, marcando o final da separação de dois mundos totalmente diferentes. Do lado de cá havia a música: punk experimental, uma explosão de sons e de novos instrumentos, inúmeras bandas e novas percepções de arte. Do lado de lá comunismo e pobreza. Dois mundos totalmente diferentes, duas mentalidades totalmente diferentes. A verdade é que tudo isto nos chegava a casa através dos media. A mensagem que nos era transmitida era que o lado de lá era perigoso, e que o comunismo era o "diabo", um bicho-de-sete-cabeças pronto a devorar-nos. McLuhan falava dos media como uma extensão do ser humano a nível de sensações. Pois, o exemplo nítido foi a Guerra Fria, tendo como grande cabeçalho o Muro de Berlim. Um filme particular retrata-nos a mentalidade de Berlim nos anos 80, e de como a vida era difícil. Havia um medo, medo o qual era explorado pelos jornais e restantes membros da comunicação social. Uma forma simples e eficaz de os habitantes de Berlim Ocidental não terem curiosidade em saber no que consistia o comunismo, recebendo no lugar da verdade, uma sensação de que era o "diabo". Mas esta ideia não era só em Berlim, mas sim no mundo inteiro. A aldeia global mostrava-nos sensações de que o comunismo era maligno e que devia ser erradicado (situação levada ao extremo nos USA, onde várias pessoas foram presas, suspeitas de pertencerem ao partido comunista). McLuhan estava errado em alguns aspectos, sendo actualmente considerado um pouco ingénuo por alguns autores. Mas em algo estava certo; os media têm um poderoso efeito nas sensações humanas, quer este seja utilizado para bem, ou para mal. "Mr. Gorbachev tear down this wall!", proferia o Presidente Ronald Reagan em 1987, desafiando o Secretário-Geral do Partido Comunista a destruir o infame muro. E assim foi feito, em 1989, após 28 anos de existência do infame "Berliner Mauer". Berlim actualmente ainda sofre deste poderoso efeito. Os Berlinenses, após 21 anos da queda, temem ainda conhecer, e envolver-se em relações (comerciais, amorosas, etc.) com pessoas que habitem o antigo Lado Oriental da cidade de Berlim. Parece estranho, mas o efeito psicológico e emocional que a Guerra Fria teve foi demasiado intenso, efeito o qual foi explorado pelos media e instigado. Hoje o Ocidente de Berlim ainda teme o comunismo (apesar de se considerar extinto), ele ainda é aquele "diabo". McLuhan tinha razão: os media são extensões do ser humano. "Berlin is a city of halber mensch" ( Berlim é uma cidade de meios homens)